Confrontando o Leviatã: Uma Jornada pela História do Pensamento Político Moderno


Hoje, mergulharemos nas complexidades do pensamento político moderno sob a perspectiva de David Runciman, renomado professor de política na Universidade de Cambridge. Se queremos entender as raízes desse pensamento, Runciman sugere que devemos iniciar nossa jornada a partir da visão moderna do Estado, elaborada por Thomas Hobbes no século 17.

Em seu livro "Confrontando o Leviatã: uma história do pensamento político moderno", Runciman expande essa ideia, explorando o trabalho de treze pensadores que moldaram o cenário político dos séculos 18 ao 20. O autor aborda uma ampla gama de temas, desde feminismo até descolonização, Romantismo e mercado.

A narrativa se desenvolve a partir da concepção hobbesiana do Estado como uma entidade unificadora, introduzindo pensadores como Benjamin Constant, defensor da liberdade individual, e destacando como a representação política de Hobbes possibilitou o surgimento da democracia moderna.

Ao explorar críticas contundentes ao Estado moderno, Runciman nos conduz pelas visões de Marx, Engels, Gandhi, Hayek, Hannah Arendt, Frantz Fanon e Catharine MacKinnon. Cada capítulo oferece uma introdução única ao pensamento desses pensadores, ao mesmo tempo em que contribui para a narrativa geral do livro.

De forma crítica, Runciman defende a importância da duplicidade do Estado para enfrentar os desafios contemporâneos, contrariando alguns dos próprios críticos que ele apresenta. Argumenta que, contra Marx e Engels, o Estado é vital para lidar com as crises do capitalismo, e, diante dos hayekianos, destaca a necessidade do planejamento estatal para enfrentar a mudança climática.

No capítulo final, o autor questiona as teses de Francis Fukuyama e Yuval Noah Harari sobre o "fim da história", argumentando que ainda vivemos em um mundo hobbesiano, onde o Estado desempenha um papel crucial na tomada de decisões.

Apesar da persuasão de Runciman, é interessante ponderar sua visão em relação à experiência da pandemia, principalmente quando comparada entre o Reino Unido e o Brasil. Isso nos leva a refletir sobre a natureza multifacetada do mundo moderno, que, embora tenha suas raízes no pensamento de Hobbes, também é moldado por outras forças e dinâmicas, como o liberalismo e a democracia.

Essa obra nos convida a explorar a complexidade do pensamento político moderno, oferecendo uma visão abrangente e crítica sobre o papel do Estado em nossa sociedade. Deixe sua opinião nos comentários e continue a jornada conosco!

José Fagner Alves Santos

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