Explorando a Carreira de Judy Blume: Uma Jornada Literária de Impacto e Controvérsias


Judy Blume é uma verdadeira estrela literária nos Estados Unidos, com mais de 25 livros publicados ao longo de sua carreira, que teve início em 1969. Sua influência é tão marcante que a revista Time já elaborou uma lista classificando seus livros de acordo com a melhor idade para lê-los, e o New York Times lançou um guia dedicado à leitura da escritora.

Nos anos 1970, Blume destacou-se como pioneira na abordagem de questões ligadas à sexualidade em livros juvenis, tratando de temas como menstruação, masturbação e contracepção. Hoje, ela é reconhecida como a precursora do gênero "young adult", renovando os chamados "coming-of-age", que exploram a transição da infância para a vida adulta e o amadurecimento.

Embora o Círculo do Livro tenha lançado no Brasil, nos anos 1980, "Mulheres Sabidas", uma tradução de "Smart Women", que aborda a vida de uma mulher adulta e divorciada, Judy Blume ainda permanece praticamente desconhecida entre nós.

O cinema, mais uma vez, surge como catalisador para impulsionar o interesse no mercado editorial brasileiro. "Ei, Deus, Está Aí? Sou Eu, a Margaret" (tradução de Luisa Geisler, Rocco, R$49,90, 176 páginas, R$26,90 ebook), seu livro mais célebre publicado em 1970, finalmente chega às prateleiras nacionais. "Crescendo Juntas" adapta a história da jovem de 11 anos que enfrenta os desafios da puberdade e conflitos de fé em uma família inter-religiosa.

Escrever sobre temas tão delicados rendeu a Blume diversas críticas e enfrentamentos com a censura ao longo de sua carreira, e essa polêmica persiste. Seus livros frequentemente figuram em listas de obras proibidas em escolas americanas. Em uma entrevista à repórter Bárbara Blum, a escritora reflete sobre a censura, afirmando: "A censura é uma questão de controle. Os censores querem controlar o que as crianças pensam, mas isso é impossível. Não querem que as crianças vão até eles com perguntas que eles não sabem responder."

Que a descoberta do amadurecimento e a exploração de novas leituras não sejam cerceadas pela censura, e que possamos mergulhar de cabeça nas obras provocativas e transformadoras de Judy Blume.

José Fagner Alves Santos

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