Reencontrando a Inspiração: Uma Jornada Pessoal pela Escrita e Saúde Mental

 

Ultimamente, tenho enfrentado uma falta de ânimo para me dedicar à escrita. Uma mescla de exaustão emocional, múltiplas responsabilidades, visitas inesperadas, noites mal dormidas, crises de ansiedade e a sombra da depressão rondando, tem sido o peso sobre meus ombros. Adicionalmente, a falta de motivação evidente entre meus alunos apenas alimenta minha própria síndrome do impostor.

Apesar de sempre ter encontrado na escrita uma válvula de escape, uma maneira de organizar meus pensamentos, atualmente tenho me sentido tão drenado emocionalmente que sequer encontro incentivo para compor algumas poucas linhas.

Entretanto, é imperativo que eu relembre a importância vital da escrita como uma forma de higiene mental. A desordem em meu pensamento causa um desgaste que ultrapassa meus limites. Com essa consciência, devo criar uma dinâmica que me permita retornar a esse hábito tão essencial. Afinal, insisto em reconhecer que a escrita sempre desempenhou um papel crucial na manutenção de minha saúde mental.

A escrita, além de ser um meio para expressar emoções complexas e inexprimíveis de outra forma, também possibilita um processo de auto-reflexão e análise de pensamentos e comportamentos. Manter um diário regularmente, por exemplo, pode revelar padrões de pensamento negativos ou comportamentos prejudiciais, permitindo sua correção.

Não obstante, a escrita pode funcionar como uma terapia, proporcionando alívio ao estresse e à ansiedade. Ao externalizar preocupações e tensões no papel, experimento um senso de liberação e alívio.

Além disso, escrever ajuda a organizar pensamentos e clarear a mente. Ao traçar listas de tarefas ou elaborar planos, posso priorizar minhas atividades e me sentir mais preparado para enfrentar os desafios diários.

Não menos importante, escrever sobre experiências pessoais pode conferir um sentido de propósito e significado. Refletir sobre eventos passados e extrair aprendizados deles pode nos conectar mais profundamente conosco mesmos e com os outros.

No entanto, é crucial que eu internalize e integre essas percepções de forma orgânica em meu comportamento. Periodicamente, devo revisitar esse processo, assim como fazemos ao tomar banho ou trocar fraldas de bebês. Concentrar-me naqueles dois ou três alunos que podem se beneficiar do pouco que tenho a oferecer parece ser o caminho a seguir.

José Fagner Alves Santos

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